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Editorial
Publicado em 16 de maio de 2025 às 05:00
Os dados divulgados nesta semana pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reforçam, com números incontestáveis, aquilo que este jornal vem alertando há anos: a escalada da violência na Bahia saiu do controle. E, ainda mais estarrecedor, é a incapacidade do governo estadual - sob comando do Partido dos Trabalhadores há 18 anos - de enfrentar com eficácia uma crise que assusta a população e compromete o cotidiano de milhões de baianos.>
O Atlas da Violência mostra que o agravamento da situação começou em 2015, primeiro ano do governo Rui Costa, atual ministro da Casa Civil do governo Lula. Naquele ano, a Bahia registrou 6.012 homicídios - quase mil a mais do que o Rio de Janeiro, segundo colocado no ranking nacional. Desde então, o estado ocupa de forma ininterrupta a liderança em assassinatos no Brasil. Em 2023, completa-se quase uma década de domínio baiano nesse triste ranking.>
Nem mesmo a pandemia da covid-19, período em que a circulação de pessoas foi reduzida, conseguiu frear a violência no estado. Pelo contrário: os homicídios aumentaram. Em 2020, foram 7.076 assassinatos; em 2021, 7.206. O pior índice foi em 2017, quando 7.487 pessoas foram mortas. Durante os dois mandatos de Rui Costa (2015–2022), a Bahia acumulou impressionantes 54.633 assassinatos. E, ao que tudo indica, o atual governador Jerônimo Rodrigues segue a mesma trilha. Em seu primeiro ano de mandato, em 2023, o estado registrou 6.616 homicídios - um aumento de 10% em relação ao primeiro ano de Rui Costa.>
De 2015 a 2023, a Bahia contabilizou 61.249 assassinatos - 35% a mais que o Rio de Janeiro no mesmo período, o que equivale a mais de 16 mil vidas perdidas, além do segundo estado mais violento do país. Essa realidade é inaceitável em qualquer lugar do Brasil. É impossível para os baianos continuarem convivendo com tamanha insegurança. Mais inissível ainda é que, em quase duas décadas no poder, os governos petistas de Jaques Wagner, Rui Costa e Jerônimo Rodrigues não tenham implementado políticas eficazes para reverter esse cenário. Dezoito anos é mais do que suficiente para avaliar os resultados - e eles são desastrosos.>
Enquanto as estatísticas crescem, famílias baianas enterram seus filhos, pais, mães e irmãos. A população clama por segurança, por dignidade e por uma gestão que enfrente com coragem e competência o maior problema do estado. Já ultraamos o limite da indignação. Já cansamos até mesmo de pedir um “basta!” à violência.>