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Declarada morta por médicos, mulher revive e conta o que acontece após a morte: 'Consciência continua viva'

Após parada cardíaca, ela afirma que consciência sobrevive à morte e ou a apoiar pacientes terminais

  • Foto do(a) author(a) Fernanda Varela
  • Fernanda Varela

Publicado em 23 de maio de 2025 às 11:58

Mulher morreu por oito minutos
Mulher morreu por oito minutos Crédito: Reprodução

A americana Brianna Lafferty, de 33 anos, foi clinicamente considerada morta por oito minutos após uma parada cardíaca provocada por um quadro de distonia mioclônica, distúrbio neurológico raro que afeta os músculos. O episódio aconteceu no Texas, quando ela tinha 25 anos. Segundo ela, a experiência transformou completamente sua visão sobre a vida e a morte.

"De repente, me separei do meu corpo físico. Não vi nem me lembrei do meu eu humano. Fiquei completamente imóvel, mas me senti plenamente viva, consciente e mais eu mesma do que nunca. Não havia dor, apenas uma profunda sensação de paz e clareza. Esse desapego da minha forma física me fez perceber o quão temporária e frágil é a nossa experiência humana. Existe uma presença, ou inteligência, superior a nós mesmos que nos guia e zela por nós com amor incondicional", contou Brianna, em relato ao jornal britânico Daily Star.

A jovem relata que, nesse estado, sentiu como se o tempo deixasse de existir. “Tudo acontece ao mesmo tempo ali, como se o tempo não existisse, mas como se houvesse uma ordem perfeita. Experimentei o início de tudo e aprendi que o nosso universo é composto por um amontoado de números. Conheci outros seres que não tenho certeza se eram humanos, mas que me pareciam familiares.”

A vivência foi seguida de uma longa recuperação. Brianna precisou reaprender a falar e a andar. Ela também ou por uma cirurgia experimental na glândula pituitária, que sofreu danos graves durante o episódio. Segundo ela, os resultados do procedimento têm sido positivos. “Estou com um pouco de medo de ter outra experiência de quase morte, só porque a recuperação é difícil”, declarou.

Além das marcas físicas, a experiência também alterou sua trajetória profissional. Brianna ou a atuar como guia espiritual no fim da vida, função que prefere chamar de “guia de transição”.

"Como guia de transição, eu ofereço uma gama abrangente e comiva de serviços projetados para apoiar indivíduos e suas famílias nas transições profundas e muitas vezes desafiadoras que acompanham o fim da vida, doenças crônicas e o crescimento espiritual", afirmou.

Para ela, a morte deixou de ser um temor. “Sinto-me empoderada e confio nos acontecimentos da vida, especialmente nos difíceis. Olhando para trás, tudo é tão claro quanto ao motivo pelo qual sofri com doenças e outras lutas difíceis. Há a consciência de que tudo realmente acontece por um motivo.”

Brianna diz acreditar que a consciência continua viva após a morte física e que o ser apenas se transforma. “Meus pensamentos se manifestaram instantaneamente na vida após a morte. Percebi que nossos pensamentos criam uma realidade lá, só leva tempo, o que é uma bênção. Somos capazes de transformar nossa negatividade em positividade, transformando isso em realidade.”

A atuação de Brianna como guia de transição está relacionada ao trabalho das chamadas doulas espirituais de morte, que são as profissionais que acompanham pacientes em fase terminal, com foco no conforto emocional, na escuta ativa e no respeito aos desejos da pessoa durante os últimos dias de vida. Esse tipo de cuidado, que ganhou força nos Estados Unidos e na Europa, busca oferecer acolhimento tanto ao paciente quanto à família, especialmente quando o processo de morrer ocorre fora do ambiente hospitalar.

No Brasil, essa função se aproxima do que é feito por doulas paliativistas, que integram equipes de cuidados paliativos. Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), o cuidado paliativo visa aliviar o sofrimento e oferecer e integral a pessoas com doenças graves, crônicas ou terminais, promovendo dignidade e bem-estar até os momentos finais.

O que é distonia mioclônica?

A doença que desencadeou a parada cardíaca de Brianna Lafferty é uma condição neurológica caracterizada por contrações musculares involuntárias, rápidas e repentinas. Ela pode provocar movimentos anormais, dores e dificuldade para realizar tarefas simples. De acordo com a National Organization for Rare Disorders (NORD), trata-se de uma doença rara e frequentemente debilitante, que pode ser hereditária ou surgir de forma esporádica.

A gravidade dos sintomas varia de paciente para paciente. Em casos mais extremos, como o de Brianna, o corpo pode entrar em colapso devido a falhas na comunicação entre o cérebro e os músculos. Não há cura definitiva, mas medicamentos, fisioterapia e, em alguns casos, cirurgias são indicados para melhorar a qualidade de vida. O procedimento ao qual ela se submeteu envolve a glândula pituitária, estrutura responsável por regular diversos hormônios no organismo.