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Giuliana Mancini
Publicado em 12 de maio de 2025 às 09:04
Um dos homens acusados de invadir a casa dos pais de Bruna Biancardi foi preso, mas saiu pela porta da frente da delegacia pouco depois após um erro no sistema judicial. >
O assalto aconteceu em novembro de 2023, quando três ladrões armados invadiram a casa de Edson e Telma Ribeiro, sogros de Neymar, em um condomínio fechado em Cotia, na Grande São Paulo. Naquela noite, o local estava sem energia elétrica, por causa de um temporal.>
Os bandidos usaram cadarços para imobilizar os pais de Bruna e fugiram levando bolsas de grife, relógios e joias. A influenciadora não estava na residência no momento do crime.>
A câmera de segurança da portaria do condomínio, que funcionava por gerador, registrou os assaltantes chegando de carro. Um deles era vizinho dos pais de Biancardi - Eduardo Vasconcelos tinha 19 anos na época. As imagens também mostram outros dois suspeitos dentro do carro: Pedro Henrique dos Santos Vasconcelos, então com 18 anos, e um homem conhecido apenas pelo apelido de "Europa".>
Eduardo confessou a participação no crime e está preso, à espera do julgamento. Europa até hoje não foi identificado. Já Pedro está foragido. De acordo com uma reportagem do Fantástico, uma oficial de justiça informou que, em maio de 2024, quando foi entregar uma intimação na casa de Pedro, a mãe dele disse que o filho tinha morrido. Ela, porém, não apresentou provas disso. >
Neste ano, contudo, foi comprovado que ele está vivo e só não foi preso ainda por causa de uma falha do sistema de justiça criminal. No fim do mês ado, policiais militares levaram Pedro para uma delegacia. Só que o mandado de prisão que a Justiça expediu pelo assalto na casa dos pais de Bruna Biancardi não aparecia no sistema. Assim, depois de algumas horas, ele saiu tranquilamente pela porta da frente.>
"Todos esses mandados são colocados no sistema e só são retirados do sistema quando são cumpridos ou quando essa decisão é revogada ou anulada", explicou Pierpaolo Bottini, advogado e professor de direito penal da USP, ao Fantástico.>
Advogado de defesa de Eduardo, disse em nota que "tal falha processual coloca em xeque não só o processo em si, mas afeta toda a credibilidade do sistema de justiça do nosso país". Já o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) falou, também em comunicado, que o mandado de prisão contra Pedro "foi expedido durante a fase de inquérito sob sigilo" e que "por isso, ele não aparece em consulta pública". A assessoria do tribunal informou que uma autoridade policial conseguiria consultar o mandado no sistema. >
Já a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que, no dia em que Pedro foi preso, "foram realizadas as consultas em todos os sistemas e não foi localizada nenhuma ordem judicial de prisão".>