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Pedro Carreiro
Publicado em 29 de maio de 2025 às 16:48
A distância entre os salários de jogadores de futebol e torcedores nunca foi tão grande no Brasil. Segundo levantamento do Bolavip Brasil, em 2024, o torcedor médio brasileiro recebe por ano apenas 0,95% do que ganha, em média, um atleta da Série A, diferença que coloca o país com a segunda maior disparidade salarial do mundo entre campo e arquibancada, atrás apenas da Arábia Saudita. >
No outro lado do estudo, estão os Estados Unidos, onde jogadores da Major League Soccer (MLS) e “pessoas normais” estão mais próximas: a diferença de salário anual está na casa de 23,23%.>
Para fazer o levantamento, o Bolavip Brasil considerou o salário médio anual pago nas seguintes ligas nacionais, de acordo com o site especializado Capology: Brasil, Estados Unidos, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Itália, Holanda, Turquia e Arábia Saudita. Em seguida, cruzou os números com dados oficiais dos países, disponibilizados no site Statista.com. No caso do Brasil, foram considerados os últimos dados do IBGE.>
O futebol brasileiro vive um momento atual de aumento na média dos salários pagos aos jogadores da primeira divisão. Para se ter uma ideia, de 2020 a 2024, o salário médio dos jogadores da Série A subiu 72,27%. >
O salário médio das pessoas normais não cresceu na mesma proporção no período. A consequência disso é o aumento da disparidade entre jogadores e torcedores. A torcida recebia em 2020 por ano 1,39% do salário médio do jogador do Brasileirão. Cinco anos depois, a relação entre os vencimentos é de 0,95%.>
A diferença atualmente é tão grande entre os jogadores no campo e os torcedores na arquibancada que um torcedor com o salário anual médio precisaria de 104 anos para ganhar o que um jogador de futebol recebe em um.>
Com um salário médio anual muito inferior ao de países desenvolvidos, mas com uma liga nacional que oferece salários cada vez mais competitivos aos jogadores, o Brasil tem a segunda maior diferença entre os salários dos jogadores e dos torcedores, foi o que descobriu o levantamento. Está atrás da Arábia Saudita e à frente da Espanha, terceiro país analisado no levantamento com a maior disparidade. >
Os Estados Unidos acabam destoando muito dos demais países por combinar um liga nacional com salários ainda modestos, inferiores inclusive aos que são pagos no Brasileirão, com a torcida mais rica, com o maior salário médio anual.>
Sem considerar os Estados Unidos, a diferença média entre os salários dos jogadores e os salários dos torcedores é de 2,7%, o que coloca o Brasil com uma disparidade bem maior do que a encontrada nos outros países do levantamento.>
1 - Arábia Saudita: torcedor recebe 0,42% >
2 - Brasil: torcedor recebe 0,95%>
3 - Espanha: torcedor recebe 1,35%>
4 - Inglaterra: torcedor recebe 1,40%>
5 - Turquia: torcedor recebe 1,66%>
6 - Itália: torcedor recebe 1,81%>
7 - França: torcedor recebe 3%>
8 - Alemanha: torcedor recebe 3,37%>
9 - Portugal: torcedor recebe 4,86%>
10 - Holanda: torcedor recebe 8,11%>
11 - Estados Unidos: torcedor recebe 23,23%>