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E quem cuida da gente, governador?

O crime organizado na Bahia já não se esconde. Exibe seu poder em vídeos, distribui armas, impõe toques de recolher e celebra alianças com fogos de artifício visíveis a todos

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  • Editorial

Publicado em 2 de maio de 2025 às 05:00

A pergunta deste editorial tem sido feita por muitos baianos desde que o governador petista Jerônimo Rodrigues se esquivou da responsabilidade e disse “eles cuidam deles” ao ser questionado sobre a “festa” promovida pela facção criminosa Tropa do A, que comemorou publicamente sua aliança com o Primeiro Comando da Capital, grupo criminoso paulista. Nos vídeos que circulam pelas redes sociais, bandidos aparecem, sem medo, proclamando que bairros como Sussuarana, Baixa da Paz e outras comunidades de Salvador agora pertencem ao PCC.

Diante disso, a reação do governador escancara o abismo entre o Estado e a população: “Eu trato do meu papel, eles cuidam deles”. É justamente aí que mora o problema. Quando o chefe do Executivo se exime de responsabilidade diante da atuação escancarada de facções em território baiano, o recado é claro: o Estado se limita ao que está no papel. Já a realidade concreta - das ruas, vielas e comunidades - é dominada pelo crime organizado. E à população, resta o silêncio forçado, o medo imposto e a submissão a uma força paralela que se organiza com fogos, armas e símbolos próprios.

A fala do governador não é apenas insensível - é perigosa. Ao dizer que “eles cuidam deles”, Jerônimo Rodrigues, na prática, reconhece a existência de um poder paralelo. Pior: naturaliza esse domínio, como se fosse aceitável que facções controlem territórios enquanto o Estado observa de longe. Ele diz, ainda que sem querer ou sem se importar, que as periferias foram deixadas à própria sorte.

O crime organizado na Bahia já não se esconde. Exibe seu poder em vídeos, distribui armas, impõe toques de recolher e celebra alianças com fogos de artifício visíveis a todos - inclusive ao governo. Enquanto isso, o governador parece acreditar que frases de efeito podem conter a violência. Não podem.

Proteger o povo exige mais do que palavras. Exige enfrentamento real, inteligência policial, presença do Estado e, acima de tudo, investimento social. Jerônimo precisa entender: sua “parte” é o todo. Ser governador não é apenas “cumprir o seu papel”, é garantir segurança, dignidade e presença do Estado em cada canto da Bahia. Porque se o crime está cuidando “deles”, é dever do governador cuidar da gente.